sexta-feira, 27 de maio de 2011

O dia da minha alta....

Todos os pais ficam loucos para que chegue o grande dia de ir para casa, apresentar o quarto para seu bebê. Nós não queríamos que chegasse este dia, pois a Maria Eduarda ficaria na UTI. Não tínhamos opção, isso aconteceria querendo ou não. Enfim o dia 11/10/10 chegou, a minha alta estava assinada, eu passava bem, porém iríamos deixar nossa pequena no hospital. Acordei, chorei nos ombros do meu marido, e ele forte como uma muralha, porém eu sabia que ele estava dilacerado por dentro. Me troquei, e logo chegaram nossos compadres, Raquel e Paulo. Nossa, como vocês foram importantes neste momento.....muito obrigado amigos, nunca iremos esquecer!!!! Fui até a UTI, uma lágrima escorreu do meu rosto e prometi a ela que não choraria por ela não ir comigo, que mais tarde estaria de novo ao seu lado. Fomos embora nós quatro: eu, Fábio, Paulo e Raquel. Fui o caminho todo para casa com um pensamento bom, sem tristezas, pois não queria me acabar em lágrimas quando entrasse em casa. Então chegamos e eles agitaram o nosso dia, mas eu não consegui entrar no quarto que eu tinha preparado para a minha tão esperada Maria Eduarda. Seria muito cruel comigo. Então passamos um dia super agradável...Graças á ELES....e fomos fortes, guerreiros como até hoje somos e seremos por ela! No final do dia voltamos a Pro Matre para a visita da tarde. Que saudades que eu já estava de ter deixado ela poucas horas ali...parecia uma eternidade, coração apertado por estar longe da minha princesa. Mas quando voltamos a noite para casa que vazio.....que tristeza...aí não teve jeito o coração apertou demais e choramosss. Que saudades da nossa filha linda!!!!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Por quê???

O que mais nos perguntávamos era Por Quê disso tudo estar acontecendo com agente??? Sempre desejamos o bem, sempre fizemos coisas boas, mas isso é uma resposta, que por enquanto não saberemos. Então chegara o dia em que a geneticista nos chamou para conversarmos, em uma sala da UTI Neonatal da Pro Matre. Segundo dia de parto cesárea, uma dor, mal conseguia andar. Entrei eu, meu marido, minha tia, a Dra Cecília e a geneticista, e veio a confirmação, Maria Eduarda era portadora de uma Síndrome chamada Cornélia de Lange. Eu não chorei, não me desesperei só pense,i e agora? Como vai ser? Ela ficará bem? Nunca tínhamos ouvido falar nesta síndrome. E quando ela nos disse que era raríssima e que acontecia em uma proporção de a cada 10.000 nascimentos, 1 nascer com Cornélia de Lange. Olhava para o meu marido, ele de cabeça baixa, perguntou mas o que é isso? O que acontecerá? Existe perspectiva de vida?? E a Dra foi nos explicando o que poderia ocasionar....eu simplesmente não conseguia falar, acho que fiquei meio em choque. O Fábio (meu marido), aparentava estar desorientado, não chorou, mas eu sentia que ficou bem pior que eu. Mas eu tb não tinha palavras.....então saímos da sala e fomos para o quarto para conversarmos, ficar quietinhos, para colocarmos as novas notícias no lugar, pensar em como íamos contar para a família e para nossos amigos tudo isso. Quando entramos no quarto tinha umas 20 pessoas nos esperando. O pessoal na maior felicidade para nos verem, amigos, família, padrinhos...nossa foi a melhor coisa que poderia ter acontecido naquele momento. Caso contrário íamos mergulhar num mar de choro e questionamentos. Estávamos muito sensíveis naquela hora, precisávamos de energia positiva!!! Foi bom, mas claro que lá no fundo estávamos inquietos....quando todos foram embora, fomos contar para os familiares e pessoas mais próximas. Quando falávamos as pessoas não demonstraram desespero, nem lágrimas, mas demonstraram ajuda, apoio, pudemos sentir nesta fase da nossa vida, quem nos ajudou, quem nos apoiou, os verdadeiros amigos!!!! Obrigado a todos vocês..não vou citar nomes aqui, mas quando lerem saberão quem são!!!! Amo vocês!!!!
Passava o dia quase todo na UTI, esperávamos ansiosamente a visita do médico para saber de novas notícias, próximos passos, sem conhecer nada, o que poderíamos esperar da nossa pequena...nossa quantas mil coisas passam pela nossa cabeça nos primeiros dias. Muitos sentimentos envolvidos. Estava chegando o dia da minha alta, e a ficha começou a cair....eu iria embora e a minha pequena ficaria na UTI, dentro da incubadora, sem eu poder abraçar a hora que ela chorasse, de cólica, de sono, sem poder protege-la. Pensava como iria chegar em casa, com o quarto dela todo pronto, as roupinhas cheirosinhas para ela poder usar, sem ela nos braços. Como é difícil ganhar um presente desses e não poder levar. As mamães de UTI sabem o que estou falando. Sentimento de impotência, de desespero, não saber quanto tempo teria que ficar lá, simplesmete uma das piores sensações que pude sentir até hoje na minha vida. Foi muito pior em deixa-la do que saber que minha princesa é portadora de uma síndrome. Não tenho palavras para dizer o quanto amo minha filha. Só tenho a agradece-la por ter me escolhido para ser sua Mãe.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O grande dia!!!

Enfim chegou o grande dia de conhecermos o rostinho da nossa tão esperada Maria Eduarda. Dia 08/10, foi uma sexta-feira. Acordamos super tranquilos e fomos para a Pro Matre logo cedo, pois a maternidade estava lotada. Por volta das 10hs da manhã estávamos lá na fila de espera aguardando um quarto. Meu coração começava a  bater descompassadamente, estava com minhas mãos frias e boca seca. Meu marido aparentava tranquilidade, mas eu sei que lá no fundo estava pior que eu. Ele me passou bastante tranquilidade e segurança. Enfim conseguimos um quarto no sexto andar, exatamente quarto 611. Coincidência ou não, o mesmo andar da Uti Neonatal. Pessoas próximas estavam com a gente, nossos compadres ( Raquel, Paulo) como amamos vocês, Regina e Gerson, minha mãe, meu pai, Bru (minha irmã), sogra, Mari (amiga que filmou e fotografou todo o nascimento da Dudinha) enfim todos que tinham acompanhado um pouco da nossa história. Próximo das 13hs a enfermeira entrou no quarto e disse que estava na hora. Que felicidade, a hora estava chegando de conhecer a minha filha. Todos desejaram boa sorte, senti que as pessoas estavam nervosas, apreensivas. Entrei no centro cirúrgico e logo depois entrou meu marido. Detalhe quem fez meu parto foi minha tia, onde acompanhou toda a história!!! Agradeço a ela por toda força e apoio que nos deu, sempre com muita calma e perseverança....imagina que responsabilidade hein?? Na Pro Matre é possível assistir o parto ao vivo e a cores. Foi o que aconteceu, todos estavam a postos no vidro para assistirem a chegada da Duda. A cirurgia correu tudo bem, meu marido sempre do meu lado apertando minha mão. Enfim chegou a hora em que a minha tia disse ela estava chegando......meus olhos se encheram de lágrimas, senti naquele momento meu marido nervoso, e olhava no vidro todos assistindo tudo que acontecia. Quando Maria Eduarda veio ao mundo, foi emocionante quando a vi pela primeira vez. Mas como é de praxe o bebê chorar quando nasce, ficamos preocupados , pois a Duda não esboçou nenhum choro, não ouvi minha filha soltar nenhum som. Imediatamente saíram com ela do centro cirúrgico, e nos disseram que iriam limpa-la. Eu olhava para meu marido e perguntava o que está acontecendo?? Ela está bem??? E ele não sabia me responder, ainda mais desesperado que eu. Olhava para as pessoas lá fora e todos com a expressão de nervoso e desespero. Minha mãe estava aflita....minha tia dizia para eu me acalmar que estava tudo bem. Foram minutos que pareciam horas, e ela não voltava, até que meu marido perguntou se podia ir até onde ela estava e disseram que sim. Quando ele voltou, ela estava logo atrás dentro da incubadora, toda roxinha. Nossa me lembro como se fosse hoje, ela estava com uma pequena dificuldade para respirar.....então perguntei como ela estava e a Dra. Simone (uma fofa), me disse que ela estava bem e que estava na incubadora, pois necessitava de oxigênio. Bem diferente dos partos convencionais, onde colocam o bebê no colo da mãe após o nascimento, onde o pai apresenta seu filho para os familiares, isso não aconteceu com agente. A Maria Eduarda foi levada dentro da incubadora para ser apresentada a família, e foi tirada rapidamente da incubadora para eu e o Fábio darmos um beijo e logo colocaram ela de volta. Me lembro bem, dei um beijo no rosto, fiz um carinho na bochecha e disse: Mamãe te ama filha. E a levaram onde iria vê-la só no dia seguinte. Logo depois de ter a levado, solicitaram para que o Fábio saísse para que pudessem terminar a cirurgia. Aquelas horas foram eternas. Me encaminharam para a sala de recuperação. Meu Deus, não tinha notícias da minha filha, do meu marido, da minha família. Dormia e acordava meio anestesiada. Enfim minha tia apareceu e disse que ela estava bem, estava na UTI Neonatal, e que todos estavam no quarto a minha espera. Por volta as 17hs da tarde, me levaram para o quarto 611. Lá estavam minha mãe, minha irmã, meu marido. Eu não estava bem, estava com dores, uma moleza, queria dormir, uma sensação horrível. Mas meu marido tinha notícias da nossa pequena. Ele foi vê-la na UTI, disse que ela estava bem e que era a coisa mais linda. Não podia vê-la naquele momento que aflição...estava com sonda, com soro....então fomos dormir. Logo cedo vieram as meninas da enfermagem, me ajudar a levantar, tomar banho para eu poder ver a minha pequena. Logo as 10:00hs (horário de visita da UTI das 9:00hs as 21:00hs) fomos, eu e o Fá, visita-la. Como trabalhei na Pro Matre, sempre passava em frente da UTI NEO e pensava, Meu Deus tomara que eu nunca precise estar ai dentro, deve ser muito difícil. E naquele momento lá estava eu tocando a campainha daquela porta para eu poder ver minha princesa. A Maria Eduarda estava na sala 2, uma da últimas salas da UTI, então para podermos chegar lá passávamos por vários bebes. Então chegamos na sala 2 (sala na qual eram bebes graves), e vi minha princesa ali, tão indefesa, quietinha, dormindo igual um anjinho, pequenininha (nasceu com 2465 Kg e com 41,5cm)......que vontade de arranca-la dali e leva-la comigo. Sentamos ao lado dela, e falávamos com ela que a amávamos muito, que era linda, mas não podia pegar minha filha, sentir a pele dela, o cheiro...nossa foi uma das piores sensações. A médica que ficou responsável pela Duda foi a Dra. Cecília, um amor de pessoa. Então nos informou que a geneticista iria estudar o caso, pois havia uma suspeita da Maria Eduarda ser portadora de um síndrome. Mil coisas passavam pela nossa cabeça, qual síndrome seria? Seria compatível com a vida?? O que causaria isso nas nossas vidas?? O que poderíamos fazer?? Naquele momento nos sentimos impotentes, sem poder para decidir absolutamente nada. Apenas rezar e pedir a DEUS para que nos ajudasse no momento mais difíceis das nossas vidas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Momentos finais

Aproximava-se o 3º trimestre da gravidez. Dudinha não parava de se mexer, que saudades da minha barriga, dela dentro de mim protegendo-a desse mundão. Por volta 33º semana de gestação foi detectada um polidrâmnio (para quem não sabe é o execesso de liquido amniótico) e recebi uma ordem médica de ficar em repouso até o final da gestação. Se o líquido aumentasse muito, teria que fazer uma punção. Novamente me rondava a possibilidade de ter que fazer um procedimento invasivo. Já fiquei  apavorada só de pensar! A partir deste ultrasson notava-se que Maria Eduarda não estava ganhando peso como deveria. Ela estava abaixo da curva de crescimento, o que começou a nos preocupar. Meu Deus apesar de tudo que já sabíamos, poderia ter que tirar-la antes da hora. No decorrer dos dias o liquido diminuiu não precisando fazer a tal punção. Na 35º semana o médico solicitou que marcássemos o parto para no máximo a 37º semana, pois a Duda não estava ganhando quase nada de peso. Emtão conversado com minha obstetra e tia, marcamos o parto para o dia 08 de Outubro de 2010, uma sexta-feira, às 13:00hs na Pro Matre. Foram duas semanas de pura ansiedade, medo, curiosodade, felicidade e apreenssão. Só tinhamos uma coisa na nossa cabeça, conhece-la, tocar, beijar, abraçar e dizer a ela que a amávamos mais que tudo nessa vida.